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Arquitetos: BAK arquitectos
- Área: 95 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Gustavo Sosa Pinilla
O lugar
Se trata de um pequeno terreno em esquina situado na floresta de Mar Azul, cujas particularidades são: seu pequeno tamanho, a densidade da floresta (pinheiros de grande porte) e a abrupta diferença de nível entre as duas extremidades, 2.50 metros. Outro dado importante é o fato de que somente o lado mais comprido do terreno possui o acesso à rua, frente a uma área desmatada de pasto abundante, de modo que essa face do lote fica completamente exposta a vista desde o espaço público.
Os clientes
A ordem dos clientes (um casal com uma criança) era uma residência de dois dormitórios que não superaria 100m2, projetada para ser utilizada principalmente no verão e às vezes durante o ano. Ela deveria ter dois dormitórios, dois banheiros com medidas mínimas e um espaço de uso comum (com cozinha integrada) o mais generoso possível. Foi particularmente enfatizada a necessidade de importantes expansões ao ar livre. Também seria necessário um depósito para guardar diversos itens de praia.
A proposta
Sem dúvida, é a particularidade do terreno que confere singularidade a essa residência.
A topografia e a quantidade, a qualidade e a localização das árvores foram definidas como eixos das duas principais decisões do projeto: primeiro, a localização da residência tratando de conservar a totalidade das árvores existentes, e, por tanto, paralelo ao lado acessível maior desde uma das ruas e, segundo, elevar a área social e o acesso a residência respeitando a rua para criar privacidade e assim relacionar-se da forma como o ponto mais elevado do terreno. Como resultado dessas decisões parecia adequado resolver os dormitórios em duas plantas, cada qual sobre o nível médio da área social e situado perpendicularmente a mesma. A residência se define assim por dois volumes integrados formando um "L", que inclui expansões em diferentes níveis. Dessa maneira, todos os cômodos que estão em contato com o solo prolongam-se ao exterior por terraços em diferentes alturas relacionadas entre si através de escada exterior feita em concreto.
A organização funcional
A planta principal da residência é acessada pela encosta através de uma escada de concreto. Uma vez atravessada a porta de entrada, e um pequeno hall, se pode ver as duas seções da escada que conduzem, meio nível acima, a um dos dormitórios e um banheiro dividido e, meio nível abaixo e semi-enterrado, ao dormitório principal com uma área a ser utilizada como escritório e um banheiro, também dividido. A partir desse espaço se obtém um pátio de onde é acessada, através de uma escada, a expansão da planta principal e, de lá, a área mais elevada e arborizada do lote. A área social da residência é aberta a essa expansão e possui vistas para a floresta através da cozinha enquanto o resto permanece protegido das vistas da rua por uma abertura mais baixa ao longo de toda a frente.
Construção
A residência está construída com três materiais básicos: concreto aparente, vidro e vigas de madeira nos terraços ao ar livre.
As lajes dos diferentes volumes são sustentadas por paredes e vigas de concreto aparente, e terminam com uma inclinação mínima a fim de produzir um escoamento mais rápido da água da chuva. Foi utilizado o mesmo concreto das outras obras em Mar Azul (H21 com fluidificante) uma mistura com baixa quantidade de água que quando seca cria um concreto mais compacto. As poucas divisórias internas de tijolo oco foram rebocadas e pintadas e o piso feito em concreto dividido por placas de alumínio. As aberturas são de alumínio anodizado em bronze escuro. O sistema de calefação, já que não existe gás natural nessa área, foi resolvido mediante a combinação de estufas de gás em botijão e estufas elétricas.
Mobília
Com exceção da cama de casal, das poltronas e cadeiras, todo o resto dos móveis dessa residência foram feitos em concreto. Inclusive as camas dos dormitórios secundários, que foram feitas na forma de lajes perfuradas em balanço.